Com o final da crise, nível de investimento retornará ao patamar de anos anteriores
Por Guilherme Folly
O mercado de Tecnologia da Informação voltará a esquentar nos próximos meses estimulado, principalmente, pelos gastos da América Latina com o setor. É o que aponta o estudo anual da consultoria IDC para o ano de 2010, que também registra o retorno dos investimentos a longo prazo por parte das empresas.
Entre as previsões para este ano estão:
1. Maior mobilidade na mão de uma onda de produtividade pessoal e profissional.
A consultoria afirma que até o final de 2010 serão vendidos na AL mais de 43 milhões de computadores portáteis. Pela primeira vez na história, os portáteis superarão em venda os desktops.
O mercado dos netbooks seguirá ampliando-se em toda a região. Em alguns mercados, acredita-se que a composição entre a venda de netbooks e notebooks será quase 50% e 50% este ano.
Já os smartphones tendem ao nível recorde de venda, com mais de 11 milhões de unidades.
2. A evolução do vídeo impulsionará a próxima onda de verdadeira oferta de Triplo Play.
Na busca por continuar competitivos, evitar a perda de clientes e aumentar seus rendimentos, prestadores de serviços, telecomunicações e TV paga aumentaram o desenvolvimento de produtos durante 2009. A aposta aqui é no desenvolvimento da IPTV, método de transmissão de sinais televisivos com base no protocolo IP, principalmente no Brasil e no México.
A televisão digital ganhará destaque no ano da copa do mundo de futebol. Assim, também o acesso de banda larga sentirá o impacto de milhões de usuários em linha, estimulando o crescimento de assinaturas de banda larga em até 20%.
3. As aplicações móveis de conteúdo governarão através de 3,5G (HSPA).
Para 2010, espera-se que a demanda continue aumentando, encurtando o caminho para a geração 4G. Por enquanto, o 3.5G domina a penetração no mercado, sendo o padrão em mais de 50 carriers em 20 países.
Os investimentos em infraestrutura wireless representaram 2/3 do total de gasto em equipes de transporte de telecomunicações na América Latina durante 2009, e se espera manter este nível em 2010, chegando a quase $ 4 milhões de dólares.
4. Novos modelos de infraestrutura definirão a monetização dos investimentos dos operadores em redes de nova geração em 2010.
A consultoria espera que 2010 seja o ano em que os provedores e os equipamentos de serviços e de redes da América Latina capitalizem e aumentem os investimentos em redes de nova geração.
Também é possível afirmar que o transporte óptico, roteadores, switches, a infraestrutura de vídeo e o acesso às tecnologias da nova geração gerarão crescente investimento em 2010.
5. "Dynamic IT", a base para “Private Cloud”, o primeiro passo na evolução para novos modelos de infraestrutura.
As restrições orçamentárias durante 2009 foram a força catalisadora de adoção de novas tecnologias (principalmente virtualização), mas também impulsionaram às organizações a procurar modelos alternativos na entrega de infraestrutura.
A nova dinâmica de mercado impulsionará os provedores de sistemas a transformar suas ofertas e prover uma infraestrutura pronta para virtualização que inclua: processamento, armazenamento e conectividade em forma integrada sempre que seja possível. Neste caminho, também veremos a aparição de novos players no mercado como provedores de serviços de telecomunicações, provedores de outsourcing e canais especializados com capacidades de entregar e implementar soluções complexas.
6. A nascente adoção de serviços “Cloud” em aplicações terá tímidos resultados no 2010.
Na atualidade, o fenômeno de Cloud resulta ser um modelo utilizado em sua maioria nos Estados Unidos, tendendo em conta que 65% dos gastos de Cloud no mundo se realizam neste país. A oferta atual de serviços de Cloud na América Latina se concentra praticamente em aplicações. Em 2010 e 2011 estas serão as aplicações para produtividade de negócios. Serão as que mostrarão maiores assinaturas à adoção de serviços deste tipo.
7. Colaboração ‘enriquecida’ se converterá na verdadeira aplicação de comunicações unificadas e no próximo passo da colaboração empresarial.
A noção de colaboração empresarial sofreu uma importante transformação nos últimos anos. O conceito de "Rich Collaboration" pode ampliar-se com o afinco de componentes de colaboração em aplicações tradicionais de empresa.
Enquanto o mercado ainda está tentando elucidar qual é o melhor ponto de partida das comunicações unificadas, o impulso subjacente da transformação da colaboração se converte na aplicação.
8. A renovação de sistemas de faturamento e atendimento a clientes nos setores de Telecomunicações, Finanças e Comércio gerará uma onda de investimentos em aplicações para estas empresas.
As empresas observarão o faturamento e o sistema de clientes que estão integrados com o sistema administrativo central, em lugar de fazê-lo só com seu sistema financeiro. As melhorias no suporte aos clientes e nos sistemas de faturamento terão um forte impacto, indo além dos proporcionados por programas de Business Intelligence (BI) ou CRM, os quais utilizam sistemas legacy.
Melhorias, migrações e a otimização do faturamento, bem como os investimentos em suporte a clientes, atingirão investimentos de até bilhão de dólares em 2010.
9. A busca de equilíbrio entre custo e crescimento estimulará a adoção de ferramentas analíticas e uma nova maneira de utilizar “TI para administrar o negócio”.
A redução dos orçamentos dos clientes em 2009 fez com que os provedores gerassem maior concorrência que nos anos passados. A consultoria acredita que a demanda de projetos relacionados com a otimização de negócios continuará nas empresas da América Latina em 2010.
A IDC prevê que o mercado de software analítico na América Latina crescerá cerca de 12% em 2010.
10. Um 2009 difícil e um crescimento ambicioso conduzirão a consolidação do mercado da América Latina de distribuição de hardware.
O impacto do difícil ano de 2009 se refletirá como consolidações em 2010, onde alguns distribuidores de hardware de segundo nível serão adquiridos por distribuidores regionais e internacionais que se encontram na busca por incrementar suas vendas, fortalecer sua presença na região ou, em alguns casos, estabelecer-se pela primeira vez na América Latina.