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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Perigos na Internet

Cyberbullying

O bullying é um termo em inglês que define um padrão repetitivo de comportamentos agressivos, que visam prejudicar uma pessoa ou um grupo. Pode acontecer em qualquer lugar: na escola, no playground do condomínio, na torcida do futebol etc. Ameaças, agressões físicas ou verbais, intimidações e humilhações são exemplos de bullying.

Em geral, são alvos do bullying aquelas pessoas (crianças ou não) que se destacam por algum motivo - estão acima ou abaixo do peso, têm alguma deficiência física, são muito tímidas, muito inteligentes, "nerds" etc.

O agressor pode agredir por vários motivos. Pode não ter a capacidade da empatia, pode ser alguém querendo se destacar em seu grupo, ou até alguém que se sente incomodado por uma característica em particular da vítima.

É importante ressaltar que a vítima de hoje pode ser o agressor de amanhã e vice-versa. Não há regras, mas o bullying acontece com mais frequência entre crianças e adolescentes.

Na internet, o problema é intensificado pela rapidez com que as agressões se espalham através da rede por meio de e-mails, redes sociais, blogs, vídeos e mensagens via celular. O bullying praticado pela web é chamado cyberbullying. Na web, a minoridade penal e o suposto anonimato (com o uso de perfis falsos) contribuem para a sensação de impunidade do agressor e podem fazê-lo ser ainda mais cruel do que no bullying, onde agressor e vítima estão frente à frente.

Tanto o bullying quanto o cyberbullying são problemas muito sérios e não devem ser ignorados. A agressão pela web pode surgir de qualquer lado, a qualquer hora. Uma vez na internet, o conteúdo ganha vida própria e pode nunca mais desaparecer por completo. Um caso famoso de cyberbullying foi o da jovem americana Megan Meier, de 13 anos, que cometeu suicídio em 2006 depois de receber uma série de mensagens cruéis em sua página no MySpace.

Postura da Escola

O papel da escola é fundamental em caso de bullying e cyberbullying. O professor deve trabalhar o assunto dentro de sala de aula e estar atento para identificar possíveis casos de intimidação, podendo agir como intermediário entre os pais das vítimas e dos agressores para resolver o problema. É preciso mostrar às vítimas que elas não são culpadas pela situação, que terão apoio e devem procuram ajuda da escola e, aos agressores, que eles serão responsabilizados por seus atos.

Cabe à escola oferecer um ambiente de convívio sadio entre os alunos e, para isso, é necessário mostrar que agressão não é diversão. Isso pode ser feito através do desenvolvimento de programas anti-bullying e, também, pelo uso de estratégias de canalização das energias agressivas para fins construtivos. É preciso criar uma cultura escolar na qual comportamentos de bullying sejam vistos como inaceitáveis e onde se valorize o respeito, a solidariedade e a cooperação.

Ao ouvir as necessidades dos alunos e discutir claramente o que é ou não aceitável nos relacionamentos no ambiente escolar, a escola pode elaborar contratos de convivência. Trabalhar a empatia, enfatizar as conseqüências para os agressores como reparação dos danos e valorizar a brincadeira saudável, e não às custas do sofrimento alheio, faz com que a escola fique menos propensa a viver situações de bullying. Mesmo assim, episódios de agressão podem acontecer e por isso devem ser abordados desde cedo, inclusive entre as crianças menores, onde leis de cada turma podem ser criadas, transmitindo valores essenciais como respeito, cooperação e gentileza.

Um exemplo de projeto que tem como base a cultura da paz e não-violência é o "Programa Abrindo Espaços", da UNESCO, uma iniciativa que utiliza diversos recursos para estimular nas crianças das escolas associadas a resolver conflitos sem violência e a canalizar a agressividade para fins construtivos, incentivando a melhoria da qualidade da escola e a participação cultural, entre outras ações.

As escolas devem ficar atentas, pois, casos de bullying e cyberbullying são cada vez menos aceitos pela sociedade e pela Justiça. As instituições podem, inclusive, ser responsabilizadas em caso de omissão. No Rio de Janeiro, a Justiça condenou um colégio a pagar indenização para a família de uma ex-aluna que foi vítima de agressões físicas e verbais feitas pelos colegas. A criança passou a ter medo de ir à escola, sofrendo de diversos distúrbios e precisando de auxílio psicológico.

A melhor opção é construir, com as famílias dos alunos, uma parceria que vise a prevenção e o controle de qualquer tipo de agressão entre alunos, ou entre alunos, professores e funcionários da escola.

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